terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Resenha 02: Diário de um abandonado

Diário de um abandonado
Juan Bonilla

Sinopse: Pode o agitar das asas de uma borboleta na baía de Bombaim gerar um furacão na Península de Valdes, na Argentina? Um jovem espanhol descobre - do modo mais inusitado - que sim. E também que a paixão pode fazê-lo transpor fronteiras aparentemente intransponíveis. Mário percebe que é preciso aprender rapidamente essa nova gramática. Antes que seu amor por Andrea o consuma por completo. Antes que o jogo urdido por essa sua colega de escola o conduza às portas de uma tragédia. Antes que o mundo lhe apresente a mais bela - e a mais terrível - das verdades. "Diário de um Abandonado" é uma fábula moderna sobre as descobertas de um jovem - e o significado mais profundo do amor e da morte, da vida e da liberdade.

Editora: Arx
Páginas: 104
Merece: ☺☺☺


Assim que terminei de ler Diário de um abandonado redigi esse texto Não perca de vista a essência, esse livro aborda alguns assuntos bem legais e resolvi escrever sobre o que mais me chamou atenção, que foi a forma como o verbo ser é conjugado no livro.
"Se julga que meu coração e meu cérebro estão tão distantes, que tudo o que sinto com um acaba sendo rejeitado ao ser filtrado pelo outro, talvez você não esteja engando. Mas aprendi que essa é a maneira mais adequada de orientar a vida." 
O livro é escrito em primeira pessoa, por Mário, ele e Junot são amigos e o que os uniu foi o grande amor que ambos tem por Andrea, esta por sua vez é a garota da autoconfiança que conjuga os verbos ser e amar apenas voltados para ela.
                                      Eu sou.                                             Eu me amo.
                                      Eu és.                                               Tu me amas.
                                      Eu é...                                               Ele me ama...
Podemos defini-la como a típica garota insuportavelmente chata. Que seduz os garotos e quando estes estão apaixonados, ela os descarta dizendo "sinto muito, podemos ser amigos, mas só amigos, eu não estou apaixonada, simpatizo com você, só isso" e ela está interessada em Juan, irmão de Mário e seis anos mais velho que ela, ou seja o clichê do garoto impossível.
Seu pai trabalha em uma firma que está sempre o mudando de cidade, portanto em algumas semanas ela iria partir para o Haiti. Ao saber dessa notícia os amigos resolvem fazer algo em respeito de Andrea. Mário (que acredita apenas na ciência), começa a se corresponder com ela por cartas e Junot (que acredita piamente em Deus) apenas vai à igreja e pede que se seu amor por Andrea for realmente grande que Deus permita que ela fique mais um ano com eles.
"Sem dúvida aquela notícia me confirmou que Junot gostava mas de Andrea do que eu: ele a amava de verdade, cegamente..." 
E então eles recebem a notícia que Andrea não vai mais se mudar, pois, teve início uma guerra no Haiti. 
Mário se alegra. Junot entra em desespero e o desfecho da história é surpreendentemente chocante. 
Ao término do livro ficam as seguintes questões, é possível mesmo alguém ter essa autoconfiança a ponto de pensar só em si e conjugar os verbos ser e amar dessa forma? Quanto nos doamos por amor? Deus deixaria mesmo que muitas mortes acontecessem para atender ao pedido de um fiel? Até onde deve ir os limites da crença? 
Essa questão da autoconfiança a pessoa tem que ser muito segura para conseguir ser assim, eu já não consigo, não sei pensar tanto em mim a ponto de esquecer os outros que estão ao meu lado. Nas questões do amor, penso que quando se ama realmente você acaba se doando ao máximo, é impossível amar pela metade e a respeito de Deus, bom tem quem acredita e tem quem não acredita. Eu acredito, mas não acho que convém aprofundar nessa questão...

Enfim, foi um livro que gostei e já li e reli, cada vez aprofundando mais meus argumentos nessas questões e encontrando outros pontos que o autor elaborou e me passou despercebido na primeira e segunda vez que li, por isso gosto de ler o mesmo livro duas vezes ou em momentos diferentes. 

E concordo com Mário quando ele diz que por trás de toda guerra há uma história de amor.
Recomendo.


Daniela Silva

22 comentários:

As Alices disse...

Dani, primeiro quero dizer que adorei o nome do seu blog, muito legal.
Obrigada pelos votos de sucesso no meu blog, desejo o mesmo para você!
E sobre seu post, olha nunca li esse livro e gostei da sua resenha. Você escreve muito bem!
Eu acho que esse tipo de gente, igual a garota Andrea existe sim, imagina que depois dessa tragédia em Santa Maria existem pessoas que riem como se fosse um fato engraçado. Então, acredito realmente que existem pessoas iguais a Andrea, eu só espero que elas estejam longe de mim...rs
Bom, obrigada pela visita! beijos

Anônimo disse...

Quantas Andreas e conheço por ai .. as vezes acontece do 'veneno' virar contra elas mesmas, a frase final é ótima, e acredito também que por trás de certos amores sempre tem uma guerra.

A.C. disse...

Parece ser um livro interessante, mas não gosto muito de livros que envolvam a religião desta forma, acho que isso mexe muito com a cabeça de quem não precisa.
Acho que as pessoas deveriam pensar em si mesmas, mas não ao ponto de magoar outras pessoas para se reconfortar. Isso está fora de cogitação, e sinceramente, odiamos este tipo de pessoa.

Raphaela Barreto disse...

Despertou-me o interesse, vou pocura-lo para ler, livro são maravilhosamente otimos.

Que Deus te abençoe.
Bjs

Anônimo disse...

Parece um bom livro, gostei muito da sua resenha.
@awnste
http://www.senhoritaliberdade.com/

s. disse...

eu mandei fazer um vestido como aquele, ficou parecido e até gosto :)

Bell disse...

boa dica =)

Jeniffer Yara disse...

Muito interessante o livro, o enredo parece ser aquele típico de triângulo amoroso, mas percebi que tem questões mais profundas nele. Nunca tinha ouvido falar, anotado a dica ><

Beijos
http://mon-autre.blogspot.com/

Maressa de Sousa disse...

Olá, obrigada pela visita, estou te seguindo! Sobre o post, eu achei o livro lindo *-* parece ser daqueles que tem que ser lido aos poucos, porque se correr demais alguma liçao importante passa desapercebida. A sinopse é muito bonita, curti muito. Só a capa achei meio simples ...
Ainda sim, curti muito!
http://desconstruindoaspalavras.blogspot.com.br/

Érica Ferro disse...

Nunca tinha ouvido falar do livro antes, mas gostei da sinopse e da sua resenha. Parece-me um livro denso, repleto de questões existenciais interessantes.

Bela dica!

Sacudindo Palavras

Amanda Souza disse...

Tenho que ser sincera e dizer que não é o meu gênero preferido, não é o que eu costumo e gosto de ler. Mas achei a resenha muito bem escrita, deu pra entender bem a ideia central do livro.
Beijinhos

Hipérboles
@hiperbolismos

Unknown disse...

Fazia tempo que eu não lia uma resenha, lembrei o quanto tava sentindo falta dessa vontade louca de devorar mais um livro (mesmo quando já tenho uma lista com 265796 para ler).
Nunca ouvi falar desse livro, mas a vontade já tá aqui. :)

Tailany Costa disse...

Nossa, o enredo é muito bom, viu! Vou anotar pra procurar depois.
Beijo!

Patrícia N. disse...

Parece ser muito bom, a sua resenha foi eletrizante.
Eu também acredito em Deus, mas realmente há questões que incomodam nossa fé mesmo que sutilmente. É como se elas sempre estivessem ali, como um preguinho no sapato, sempre nos pondo a prova.

http://complicatedimperfect.blogspot.com.br

arlete disse...

Oi Dani o livro realmente parece ser bom , e tu sabes muito bem fazer uma resenha.

Te indico um selo no meu blog para retribuir rua gentileza . Se gostares, de selo passa lá e pega.

Tenha uma boa semana . Beijos

Bruna disse...

Nunca tinha visto ou lido algo sobre esse livro, fiquei bastante curiosa para saber o desfecho da historia, vou acrescentar no skoob e assim que tiver uma oportunidade irei ler.
Beijos!

Jéssica Teles disse...

Parece beeem interessante, e de uma escrita diferente, mais complexa, mais rica em detalhes de sentimentos e ideias, ai, talvez ainda entre pra minha lista, rs.

Beijo, beijo!

Goiabasays

Unknown disse...

Nunca tinha ouvido falar deste livro, mas gostei bastante do que você escreveu. Não é um livro que leria agora, mas quem sabe ainda leio ;)

xoxo
lepetit-mari.blogspot.com.br

Jéssica Trabuco disse...

Gostei do que você mostrou ai. Vou ver se acho esse livro por aqui.

Neoma disse...

Oi, flor!
Apesar dos clichês, esse parece ser um livro gostoso de se ler!
Concordo com você quanto a não se amar pela metade e se doar o máximo!
Sua resenha me deu vontade de ler o livro!

beijooos
http://muitasfeminices.blogspot.com/

Deyse Batista disse...

Achei tão linda a forma com que você falou desse livro, o que mostra que de fato você captou a essência dele. Engraçado que a temática do livro é aparentemente banal, não? Dois garotos, uma garota... Mas a forma com que você descreveu a leitura realmente me convenceu que o livro não é só isso e que tem muita beleza e poesia ao longo dos capítulos. Anotei a recomendação :)

Beijos.

Yara Andrade disse...

Oi Dani! Nunca li esse livro e confesso que não o conhecia, porem, fiquei bem curiosa, o livro parece ser bem interessante. Adorei a resenha.
Beijos

http://palavrasdeumlivro.blogspot.com.br/